30 julho 2008

Tom Waits ao Vivo ou A Reinvenção do Surrealismo

As imagens dizem tudo...



Tom Waits ao vivo no Grand Rex, em Paris, no passado dia 24 de Julho.
Querida maninha, não esqueças, Leonard Cohen e Tom Waits no mesmo mês... não é para todos!!

29 julho 2008

Avant de Hiroshima et Marienbad, il ya eu Guernica


Alain Resnais e Robert Hessens, Guernica (Fr. 1950)

A partir da obra de Picasso, Alain Resnais e Robert Hessens realizaram em 1950 a curta metragem Guernica, baseada no quadro, esculturas e desenhos do pintor sobre a obra. O filme ilustra a barbárie que foi o bombardeamento da cidade Basca, pela aviação alemã, em 27 de Abril de 1937, durante a guerra civil espanhola.
Com textos do poeta Paul Éluard, na voz de Jacques Prouvosct e María Casares e música de Guy Bernard, é um poema brutal feito de imagens de dor, sangue, sofrimento e resistência humana.

Ambas as obras a ver no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia (Madrid)

Filme disponível com também com legendas em espanhol:
Parte I
ParteII

28 julho 2008

Joy Division - Real, Irreal




«Em 1976, quatro jovens de Manchester assistem juntos a um concerto dos Sex Pistols. Pouco tempo depois formam uma banda chamada Joy Division, a qual vai durar apenas três anos, não resistindo à morte do seu carismático líder, Ian Curtis. Trinta anos depois, os Joy Division gozam de uma popularidade e influência maiores do que nunca (e o recente “Control”, biografia ficcionada de Ian Curtis, veio também ajudar a alimentar o mito), com um profundo legado que tem fortes ecos na indústria musical e na cultura pop actual. O documentário de Grant Gee recorre a entrevistas com Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris (os membros sobreviventes da banda, desde então agrupados nos New Order), bem como do antigo carismático director da Factory Records Tony Wilson, de Peter Saville (designer por trás das capas dos álbuns da banda), do fotógrafo e realizador Anton Corbijn e da jornalista belga Annik Honoré, para contar a história da banda, com a ajuda de material de arquivo inédito, fotos e gravações recentemente descobertas. O filme é também uma viagem por Manchester desde os anos 70 (“uma cidade onde nada era bonito”, como diz um dos entrevistados) até hoje.» (indielisboa2008)


Grant Gee, Joy Division (R.U. doc. 2007)
Exibido no Indie Lisboa 2008, agora em exibição em algumas (poucas) salas do país

08 julho 2008

El Olvidado


Los Olvidados (1950 Méx.)
Luis Buñuel, Cidade do México, Nonoalco


Já lhe conhecíamos os dotes absolutamente únicos e inigualáveis, como realizador.
Agora é possível conhecer melhor uma outra qualidade artística de Luís Buñuel – a de fotógrafo.

Em Madrid é possível conhecer essencialmente fotos que Buñuel foi captando ao longo da preparação e rodagem dos 20 filmes da fase mexicana, e que foi guardando, sem qualquer ordem ou cuidado acrescidos.
Essas imagem que foi capturando serviam frequentemente para posteriores enquadramentos e planos dos seus filmes, alguns dos quais escrupulosamente reproduzidos com a câmara. Daí que ao lado de cada foto, na exposição patente no Palácio de Perales, possa ser visto o fotograma em que aparece essa mesma imagem.

Grande parte das fotografias são de paisagens e apenas em algumas surgem figuras humanas, o que dificultou o trabalho da catalogação, obrigando a visionar os filmes para atribuir a foto [aqui esta uma tarefa que não me importava (nada) de fazer!!]


Essas fotografias podem ser vistas na exposição México fotografado por Luís Buñuel, no Palácio de Perales, em Madrid.

«Durante quatro ou cinco meses, ora com o meu cenógrafo, o canadiano Fitzgerald, ora com Luís Alcoriza, mas na maior parte das vezes sozinho, percorri as “cidades perdidas”, isto é, os subúrbios improvisados, muito pobres que circundam a Cidade do México. Vagamente disfarçado, vestido com a roupa mais velha que tinha, eu olhava, ouvia, fazia perguntas, travava conhecimentos com algumas pessoas. Algumas das coisas que vi passaram directamente para o filme. Entre múltiplos insultos de que viria a ser alvo depois da estreia, Ignacio Palácio escreveu, põe exemplo, que era inadmissível que tivesse colocado três camas de bronze numa barraca. Mas era verídico. Eu vi daquelas camas de bronze numa barraca. Alguns casais privavam-se de tudo para poder compra-las depois de se casarem.»
(sobre o filme Los Olvidados)

Luís Buñuel, O Meu Último Suspiro, Fenda (2006)