04 março 2008

Há Fantasmas (Apaixonados) na Cinemateca...


Joseph L. Mankiewicz, The Ghost And Mrs Muir (EUA 1947)

«De todas as artes, o cinema é a mais onírica. E essa dimensão nunca existiu tanto como nos filmes ‘germanizados’ ou germanizantes feitos em Hollywood nos forties. Joseph L. Mankiewicz (1909-1993), o realizador de The Ghost and Mrs. Muir (1947) e que só agora nomeio, não era alemão, mas descendia de alemães e na Alemanha se formou. Toda a sua vida procurou o cinema total. Apesar de muitas outras obras-primas, nunca esteve tão perto como neste filme de que disse recordar sobretudo “o vento, o mar e a procura de qualquer coisa de diferente”. “E as decepções que se tem”.
Não há filme mais triste. Não há filme mais bonito. Deixem-me ficar ao pé da mulher que nasceu tarde de mais para atravessar os sete mares e para ver o sol da meia-noite. Deixem-me ficar ao pé do capitão que morreu cedo de mais para poder beijar ou para poder deitar-se com ela. Ou deixem-me acreditar que não há cedo nem tarde e que o único amor que existe – porque é o único em que acreditamos que existe – é o amor surreal, esse que Rex Harrison e Gene Tierney encontram no final, quando desaparecem na névoa, atravessada a última porta.»
João Bénard da Costa, Os Filmes da Minha Vida – 2.º Vol (Assírio&Alvim 2007)

Apaixonei-me por este filme ainda antes de o ver. Conheci-o pela crónica semanal de Bénard da Costa na revista do jornal Independente, e não mais me abandonou. Vi-o só mais tarde, numa sessão da cinemateca e serviu apenas para confirmar tudo o que já sabia!

Cinemateca Portuguesa, 05 Mar

Monumental música que acompanha o filme, da responsabilidade de Bernard Herrmann


1 comentário:

a miúda disse...

Olá!
Confesso que nunca tinha ouvido falar deste filme, por acaso estava com uma vontade enorme de ir ao cinema e vou aproveitar a tua recomendação. :)
Parabéns pelo podcast, estou a gostar.