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17 janeiro 2009

Trabalhos do Olhar, Paulo Nozolino


Nozolino, da série "Bone lonely", 2009

A galeria Quadrado Azul apresenta as obras fotográficas de Paulo Nozolino, que já não expunha individualmente na capital há aproximadamente 8 anos.

Este regresso é acompanhado da publicação de um livro com poemas de Rui Baião, uma edição da editora alemã Steidl.

As fotografias expostas no “bone lonely” são o relato das várias viagens que ele efectuou ao longo dos anos.

«Quando ceguei decidi ser fotógrafo.
O que me levou a tomar esta decisão foi (após prolongado período de escuridão absoluta) a quantidade de imagens surgidas no meu espírito.
Primeiro, desfocadas, sem contornos nem volume; depois, a pouco e pouco, os elementos que as compunham definiram-se, tornaram-se reconhecíveis.
Pude ver, enfim, o que o meu espírito criara; e nenhuma das imagens (pelo menos que me lembrasse) se parecia com as que, porventura, vira antes de cegar.
Resolvi pedir auxílio a C. - descrevia-lhe com minúcia o que pretendia fotografar.
Se era uma paisagem, por exemplo, pedia-lhe que me encontrasse uma, em tudo semelhante àquela por mim descrita.
C. passou a ser o meu olhar.
Mas C., não podia ver a minha paisagem, e eu jamais saberia se a fotografia era igual, ou parecida, à que desejara fotografar. E, se por acaso, descrevesse a mesma paisagem a B. (e não a C.) pedindo-lhe para, em seguida, me descrever a que via impressa no papel, apercebia-me de que não coincidiam em quase nada.
As paisagens de C. eram, sempre, diferentes das minhas. B. confirmava o que eu já suspeitava.
Apesar de tudo, continuei a trabalhar. Viajava na companhia de C. - íamos à procura dos lugares e das coisas que eu queria fotografar.
Dessa época, uma das fotografias (talvez a minha preferida) era de um grande rigor e simplicidade. uma estrada sumia-se na curva do horizonte, e a linha branca da estrada terminava num ponto situado no centro da folha.
Embora C. me dissesse que, numa das bermas da estrada havia uma árvore. Não me recordo se lhe tinha falado numa estrada com uma árvore. É pouco provável.
Mas nada disto tem grande importância. A verdade é que eu não podia ver se havia ou não uma árvore na fotografia. E C. também não podia confirmar a existência duma árvore dentro da minha cabeça.
Certo dia pedi a C. que me indicasse como fotografar areia. Grandes extensões, de areia ou de água, de céu vazio.
B., ao ver uma fotografia dessa série, disse: - Não está aqui quase nada. Algumas sombras, um pouco de luz e formas indefinidas.
Soube, nesse instante, que tudo começara a não coincidir - e - dentro e fora de mim.
Nunca mais precisei de C., nem de B. - desatei a fotografar sem ajuda. Escolhia o que desejava fotografar pelo tacto e pelo olfacto. Apontava a objectiva para o céu, para a água ou para as areias - disparava com a certeza de que as imagens que não via coincidiam com as que via. Assim, ao fim de algum tempo, o que estava fora de mim passou a ser igual ao que estava dentro de mim - Luz e Sombra.
E foi com Luz e Sombra que iniciei, no papel, a construção da minha biografia.»
"Deserto" - Al Berto (Dedicado a Paulo Nozolino)
O Anjo Mudo, Contexto, 1993.


bone lonely, de Paulo Nozolino
Galeria Quadrado Azul
Largo dos Stephens, 4, Lisboa
Até 21 de Fevereiro

"Vivemos num mundo sujo"
Entrevista de Óscar Faria no Ípsilon a Paulo Nozolino

17 outubro 2008

William Claxton, a Jazz Life


William Claxton, Young Beethoven (Chet Baker), 1954


William Claxton, Steve McQueen, 1962


William Caxton, Fotografo (1927 - 2008)

01 agosto 2008

PHoto España 2008


Florian Maier-Aichen, Untitled (2005)
c-print 183 x 229.8 cm
Em exposição no múseu Thyssen-Bornemisza, Madrid

PhotoEspaña2008
XI Festival Internacional de Fotografia y Artes Visuales
Madrid, Cuenca e Portugal

08 julho 2008

El Olvidado


Los Olvidados (1950 Méx.)
Luis Buñuel, Cidade do México, Nonoalco


Já lhe conhecíamos os dotes absolutamente únicos e inigualáveis, como realizador.
Agora é possível conhecer melhor uma outra qualidade artística de Luís Buñuel – a de fotógrafo.

Em Madrid é possível conhecer essencialmente fotos que Buñuel foi captando ao longo da preparação e rodagem dos 20 filmes da fase mexicana, e que foi guardando, sem qualquer ordem ou cuidado acrescidos.
Essas imagem que foi capturando serviam frequentemente para posteriores enquadramentos e planos dos seus filmes, alguns dos quais escrupulosamente reproduzidos com a câmara. Daí que ao lado de cada foto, na exposição patente no Palácio de Perales, possa ser visto o fotograma em que aparece essa mesma imagem.

Grande parte das fotografias são de paisagens e apenas em algumas surgem figuras humanas, o que dificultou o trabalho da catalogação, obrigando a visionar os filmes para atribuir a foto [aqui esta uma tarefa que não me importava (nada) de fazer!!]


Essas fotografias podem ser vistas na exposição México fotografado por Luís Buñuel, no Palácio de Perales, em Madrid.

«Durante quatro ou cinco meses, ora com o meu cenógrafo, o canadiano Fitzgerald, ora com Luís Alcoriza, mas na maior parte das vezes sozinho, percorri as “cidades perdidas”, isto é, os subúrbios improvisados, muito pobres que circundam a Cidade do México. Vagamente disfarçado, vestido com a roupa mais velha que tinha, eu olhava, ouvia, fazia perguntas, travava conhecimentos com algumas pessoas. Algumas das coisas que vi passaram directamente para o filme. Entre múltiplos insultos de que viria a ser alvo depois da estreia, Ignacio Palácio escreveu, põe exemplo, que era inadmissível que tivesse colocado três camas de bronze numa barraca. Mas era verídico. Eu vi daquelas camas de bronze numa barraca. Alguns casais privavam-se de tudo para poder compra-las depois de se casarem.»
(sobre o filme Los Olvidados)

Luís Buñuel, O Meu Último Suspiro, Fenda (2006)

07 dezembro 2007

Outras Zonas de Contacto

Nan Goldin - Self-portrait on the train, Boston - New Haven, 1997

Nan Goldin - Cookie in Tin Pan Alley, New York City, 1983

Cindy Sherman - Untitled n.º92,1981

Cindy Sherman - Untitled Film Still n.º. 153, 1985

Cindy Sherman - Untitled 96, 1981

Alguns dos mais importantes trabalhos na área da fotografia estão reunidos em dois espaços diferenciados da cidade de Lisboa, apresentando a colecção de Américo Marques dos Santos.

Entra a Fundação Carmona e Costa e o Museu da Cidade de Lisboa podem ser vistas obras de artistas nacionais e internacionais como Cindy Sherman, Richard Prince, Nan Goldin, Candida Höfer, Helmut Newton, Jorge Molder, Helena Almeida, João Tabarra, entre outros.

Outras Zonas de Conatacto
Museu da Cidade e na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa - até 6 de Janeiro